24 de julho de 2011

Dicas de vinhos doces para tomar na TPM

Vinhos para TPM
Sabe aqueles diazinhos malditos em que o mundo parece estar contra nós e que, além de nos sentirmos inchadas, ainda temos desejos de comer doces em quantidades obscenas? Bendita TPM – também conhecida como Todos os Problemas Misturados.  Vivemos mensalmente um dilema: atendermos ao desejo e nos entregarmos ao doce ou nos privarmos, passando uma baita de uma vontade. E ai, como é que faz?
A ideia aqui é não passar vontade e ainda assim fugir do velho brigadeiro de colher, comido embaixo da coberta enquanto vemos TV. Já pensou em dar uma animada nesses dias tão azedos com uma bela taça de vinho doce?
Os vinhos doces não são tão populares quanto os tintos e brancos, mas podem ser tão interessantes e saborosos. Como disse o australiano Matt Skinner, “Vinhos doces são um pouco como bateristas – tecnicamente brilhantes, mas muito freqüentemente ofuscados pelo resto da banda”.
A variedade da uva utilizada vai de acordo com a região onde é produzido, porém a maioria é feita de uvas brancas. E, dado o alto teor de açúcar, tem capacidade para envelhecer bem por um logo período. Esse maravilhoso vinho tem processos de produção diversos, mas na maioria das vezes são muito trabalhosos, elevando assim o seu preço. Porém, o intuito é se dar de presente este momento de indulgência, tomando um bom vinho e trocando a culpa pelo prazer!
Para isso, é importante saber quais são os principais tipos e como eles são feitos. Abaixo, quatro deles e algumas sugestões para você começar a se aventurar no doce mundo dos vinhos que podem tornar a sua TPM mais feliz e que podem deixar seus jantares mais completos e diferenciados. Os amigos também vão adorar!
1) Vinho Botrytizado ou com Podridão Nobre:
Vinho de podridão nobre
 São os vinhos doces mais conhecidos, sendo os da região de Sauternes (Bordeaux – França) e os de Tokaji (Hungria), os de maior prestígio. Esse tipo de vinho tem um processo bastante peculiar e exige condições climáticas precisas: umidade pela manhã, sol e vento à tarde. Assim, permite-se que o fungo Botrytis Cinerea (considerado um fungo nobre) se desenvolva e ataque as uvas. Ele fura a pele das uvas e assim as desidrata, aumentando a sua concentração de açúcar, além de emprestar seus aromas únicos. Essas uvas são colhidas tardiamente e à mão, de maneira que se tenham apenas os bagos atacados pelo fungo. Assim, todo o processo é mais lento que o dos demais vinhos e exige um grande trabalho manual que acaba por encarecer a bebida.
Se quiser algo mais tradicional, vá de Sauternes. O Schoder & Schyler 2008 é delicado e tem um bom custo benefício. R$91,48 na importadora Mistral. Para harmonizações clássicas, um bom queijo Roquefort (ou Gorgonzola) ou então um foie gras.
Para um dia especial, o Tokaji Aszú Hétszolo 5 puttonyos 2001 é ideal. Bem dourado e com aromas marcantes de mel, damasco seco e geléia de laranja. Ótima acidez para equilibrar o alto teor de açúcar. Ele pode funcionar como a própria sobremesa ou acompanhar uma torta de frutas. Na Importadora Vinci, R$213,00.
2) Vinho de Colheita Tardia ou Late Harvest:


Vinho para TPM: colheita tardia
 Vinhos feitos com uvas colhidas tardiamente e super maduras. Desta forma, elas começam a desidratar e a concentrar açúcar. A diferença é que elas não têm os aromas do fungo nobre (Botrytis Cinerea) e, por isso, possuem mais aromas frutados. São delicados e deliciosos.
Experimente o italiano Cardeto L’Armida 2005 com aromas amplos de frutas exóticas (Cupuaçu!), mel e toques florais. Excelente custo benefício: R$43 na importadora Decanter. Harmoniza bem com confeitarias secas como Cantucci ou então uma bela torta de peras caramelizadas.
Outra opção um pouquinho mais cara, mas feita pelo grande produtor francês Alain Brumont, é o Brumaire Novembre 2007. Possui aromas de frutas confitadas, mel e especiarias. Capriche em uma torta de bananas assada ou em uma charlotte de morangos para acompanhar. R$ 130,80 na importadora Decanter.
3) Vin Doux Naturel (VDN):


Vinho para TPM: vinho doux naturel
Um vinho francês feito pelo processo de fortificação. Nele, inicia-se a fermentação normalmente e, após as leveduras terem devorado açúcar suficiente para transformar a bebida em um vinho de 8% a 9% de teor alcoólico, o produtor interrompe esse processo adicionando um álcool neutro a 95%. Isso mata as leveduras e parte do açúcar natural não é transformada em álcool, obtendo-se uma bebida naturalmente doce. Eles podem ser brancos como um Muscat de Beaumes de Venise ou tintos como um Banyuls.
Experimente o francês Banyuls do grande produtor M. Chapoutier, com intensidade de cor e frutas. Esqueça o brigadeiro e dê um up grade comprando um belo chocolate que é a companhia ideal para este tipo de vinho. R$71,89 na importadora Mistral.
4) Vinho de Gelo:
Vinho para TPM: vinho icewine
Mais conhecido por Icewine ou Eiswein, tem um processo de produção que envolve um trabalho árduo. Isso porque a colheita das uvas é feita tardiamente, à noite, a uma temperatura de -8ºC para que se colham uvas quase congeladas.
As uvas são prensadas logo em seguida para que assim se mantenha sua água congelada e se obtenha um suco com alta concentração de açúcar. Por conta da particularidade do clima, esse vinho não pode ser feito em qualquer país. Os grandes produtores são Alemanha, Áustria e Canadá.
Experimente o delicioso Icewine canadense Cave Spring 2004, feito 100% da uva Riesling. De cor dourada, tem aromas de frutas secas como damasco e maçã. Também acompanha bem os queijos azuis e o foie gras, como o sauternes, mas também doces delicados.

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